A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma doença oncológica que afeta a produção dos precursores de glóbulos brancos pela medula óssea. O dia 22 de setembro foi o dia escolhido de forma internacional com o intuito de alertar para a importância do diagnóstico e tratamento precoce da doença.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que em cada ano do triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 10810 novos casos de LMC no Brasil. Este número representa um risco estimado de 4,56 novos casos para cada 100 mil mulheres e 5,67 a cada 100 mil homens. O órgão elenca alguns fatores que podem ser predisponentes para o surgimento de subtipos da doença, tais como: tabagismo, benzeno (encontrado na gasolina e indústria química), radiação ionizante (raios X e gama), quimioterapia, síndrome de Down e outras doenças hereditárias, síndromes mielodisplásicas e outras doenças sanguíneas, histórico familiar e idade, visto que esta doença é mais comum em adultos entre 45 e 60 anos de idade, afetando menos de 2% das crianças.
A Leucemia Mieloide Crônica apresenta uma singularidade: a presença do chamado cromossomo Philadelphia. Este cromossomo anormal é resultado da fusão entre os cromossomos 9 e 22, e foi descrito na década de 1960 por pesquisadores da cidade norte-americana de mesmo nome. Por este motivo, foi escolhida a data de 22/09. Esta anormalidade estrutural causa uma mutação gênica denominada BCR/ABL, uma vez que causa a fusão entre o gene ABL do cromossomo 9 e o gene BCR do cromossomo 22, a qual leva à produção exacerbada de leucócitos, gerando a leucemia.
Esta doença apresenta curso lento e progressivo, com sintomas inespecíficos como anemia, cansaço e mal-estar, esplenomegalia, sudorese excessiva, principalmente no período noturno, perda de peso ponderal, hemorragias e equimoses. Diante de uma suspeita clínica, por meio do hemograma pode-se observar leucocitose. A confirmação da doença ocorre por testes moleculares que identificam o gene BCR/ABL. O tratamento se baseia em inibidores da tirosina quinase (TKI) e, ocasionalmente, transplante alogênico de células-tronco. Atualmente, a taxa de remissão gira em torno em 70%.
Referências:
Bortolheiro, Teresa Cristina e Chiattone, Carlos S.Leucemia Mielóide Crônica: história natural e classificação. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia [online]. 2008, v. 30, suppl 1 [Acessado 22 Setembro 2021] , pp. 3-7. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-84842008000700003>. Epub 09 Dez 2008. ISSN 1806-0870. https://doi.org/10.1590/S1516-84842008000700003.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020 : incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2019. Disponível em