A ingestão de adoçantes artificiais está associada ao aumento do risco
de doença cardiovascular (DCV) e doença cerebrovascular. Essa é a conclusão de
um estudo prospectivo de larga escala publicado no British Medical
Journal. Ele utilizou dados quantitativos para investigar as associações entre
o consumo de adoçantes artificiais (mg/dia) de todas as fontes alimentares (bebidas,
adoçantes de mesa, laticínios, etc) e por tipo (aspartame, acessulfame de
potássio, sucralose e etc) e o risco de DCV (geral, coronário e
cerebrovascular).
De acordo com os resultados da pesquisa, a ingestão de aspartame foi
associada ao aumento do risco de eventos cerebrovasculares. Já o acessulfame de
potássio e a sucralose foram associados ao aumento do risco de doença
coronariana.
Os participantes do estudo eram adultos franceses, com 18 anos ou mais,
com acesso à internet. Eles foram acompanhados por meio de um formulário on-line
através do qual tinham que fazer o próprio registro alimentar por período de 24
horas, além de informar histórico pessoal e familiar, medicamentos de uso
contínuo, dados antropométricos como altura e peso, estilo de vida, dados
sociodemográficos (por exemplo, data de nascimento, sexo, escolaridade, ocupação
profissional, tabagismo e número de filhos) e prática de atividade física (classificada
pelo equivalente metabólico da tarefa em baixa, moderada e alta).
Durante dois anos, os participantes registraram seus dados em três dias
de cada semana (dois dias da semana e um dia de fim de semana), informando seus
hábitos alimentares em quantidade e em todas as refeições realizadas.
Mercado
Atualmente, os principais alimentos com adoçantes artificiais são as
bebidas adoçadas artificialmente, os adoçantes de mesa e os laticínios. Segundo
o Market Data Forecast, os adoçantes artificiais representam hoje um mercado
global de US$ 7.200 milhões (£ 5.900 milhões; € 7.000 milhões), com um
crescimento anual de 5% projetado para atingir US$ 9.700 milhões até 2028.
Grande parte das marcas presentes no mercado atualmente contém os
aditivos alimentares, especialmente alimentos ultraprocessados, como bebidas
adoçadas artificialmente, alguns lanches e refeições prontas de baixa caloria
ou produtos lácteos. No total, cerca de 23 mil produtos em todo o mundo contêm
adoçantes artificiais.
REFERÊNCIA
Debras C, Chazelas E, Sellem L, Porcher R, Druesne-Pecollo N, Esseddik Y et al. Artificial sweeteners and risk of cardiovascular diseases: results from the prospective NutriNet-Santé cohort BMJ 2022; 378 :e071204 doi:10.1136/bmj-2022-071204