Confirmada a terceira morte por varíola dos macacos (Monkeypox) no Brasil. Trata-se de um homem de 31 anos de idade, morador de
Mesquita, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ele estava internado há
pouco mais de um mês na capital fluminense, primeiro no Instituto Nacional de
Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e depois no Instituto Estadual
de Infectologia São Sebastião, para onde foi transferido no dia 2 de
setembro.
Segundo a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), o
paciente apresentava baixa imunidade e comorbidades que agravaram o quadro da
doença. Ele foi tratado com o medicamento experimental tecovirimat, o que
resultou em melhora parcial das lesões, mas sofreu parada respiratória e morreu
no último sábado (01).
Conhecida internacionalmente como monkeypox, a varíola dos
macacos é endêmica em regiões da África e se tornou uma preocupação sanitária
devido à disseminação para diversos países desde maio. A doença é causada por
um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças
como a cowpox e a varíola humana, erradicada no Brasil em 1980 após campanhas
massivas de vacinação.
A varíola dos macacos foi descrita pela primeira vez em
1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem
daí o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, os macacos são
vítimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres provavelmente
representam o reservatório animal do vírus.
Entre pessoas, a transmissão acontece por contato direto,
como beijo ou abraço, ou por feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais,
além de secreções respiratórias. O sintoma mais característico é a formação de
erupções e nódulos dolorosos na pele. Além dessas lesões, podem ocorrer febre,
calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.
Embora o índice de letalidade seja baixo e as defesas do
próprio organismo geralmente sejam capazes de combater e eliminar o vírus, há
risco de agravamento, principalmente para pessoas imunossuprimidas com
HIV/aids, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes,
crianças com menos de 8 anos de idade e pacientes com leucemia, linfoma ou
metástase.
Em todo o mundo, já foram reportados mais de 61 mil casos e 23 mortes pela doença. No Brasil, a primeira morte aconteceu no Rio de Janeiro, em 29 de julho, e a segunda em Minas Gerais, em 29 de agosto. Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos emergência de saúde pública de interesse internacional.
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