O uso excessivo de aparelhos eletrônicos, como celulares, vem provocando aumento de casos de miopia entre crianças e adolescentes que vivem na cidade de São Paulo. O alerta é da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
Com base em dados da Coordenação de Epidemiologia e Informação, a secretaria informou que, nos últimos dois anos, os casos de miopia entre crianças e adolescentes de até 19 anos aumentaram 134%. Em 2019, foram registrados 866 casos da doença nessa faixa etária.
Em 2020, com o confinamento mais extremo e a dificuldade das pessoas em sair de casa para ir ao oftalmologista, o número caiu para 584 diagnósticos. Em 2021, no entanto, os casos saltaram para 1.720. Em 2022, só até o mês de setembro, foram diagnosticados 2.026 casos.
“Com o isolamento social, as crianças ficaram dentro de casa e as atividades se limitaram às telas, como computadores, smartphones e televisores, restringindo o campo visual”, disse, em nota, Luciana Emi Sasaki Assae, oftalmologista da Coordenadoria de Regulação da pasta.
A miopia é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cuja causa está diretamente ligada ao confinamento provocado recentemente pela pandemia de Covid-19.
A miopia é causada por uma alteração no globo ocular, que dificulta a visão de longe. Apesar de fatores genéticos e hereditários poderem predispor a essa condição, a exposição contínua a aparelhos eletrônicos aumenta a chance de uma criança se tornar míope, afirmou a médica.
“Por isso, algumas pesquisas recomendam a prática de recreação ao ar livre, por pelo menos duas horas, em ambientes sem limite visual e em contato com a luz solar”, acrescentou. Os pais também devem evitar que crianças menores de 2 anos façam uso de aparelhos eletrônicos.
Outra dica da especialista é que os pais ou responsáveis fiquem atentos a alguns sinais: quando os filhos cerram os olhos para enxergar melhor, queixam-se de dores de cabeça, coçam os olhos frequentemente ou apresentam desinteresse nas atividades escolares, isso pode indicar problemas na visão. Quando notar algum desses fatores, o ideal é levar a criança a um oftalmologista, que poderá confirmar o diagnóstico. A recomendação é que o especialista seja consultado ao menos uma vez por ano.
Fonte: Agência Brasil.
Leia também: