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Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: Mais do que Conscientização

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: Mais do que Conscientização
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set. 11 - 6 min de leitura
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O suicídio é uma das questões mais prementes e preocupantes de saúde pública da nossa era. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas cometem suicídio todos os anos, com estimativas que sugerem que esse número poderia ser até mais elevado, considerando casos não registrados.

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, observado em 10 de setembro, destaca esta alarmante estatística. Esse dia é uma chamada à ação, enfatizando que a prevenção é possível. Tornou-se um farol de conscientização, trabalhando para reduzir o estigma associado ao suicídio e educando o público sobre sua prevenibilidade.

Entre os mais afetados estão os jovens. As estimativas da OMS indicam que o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos globalmente. Alarmantemente, a maioria destes suicídios ocorre em países de baixa e média rendas, mostrando uma disparidade clara e a necessidade de intervenção nestas regiões.

O gráfico abaixo ilustra as quatro principais causas de morte em jovens com idade entre 15 à 19 anos entre os anos de 2000 à 2019, onde é possível evidenciar que o suicídio ocupa em terceiro lugar como principal causa de mortes para jovens do sexo feminino e quarto lugar para jovens do sexo masculino:

Suicide worldwide in 2019:  https://www.who.int/publications/i/item/9789240026643


As causas subjacentes do suicídio são muitas e variadas. Problemas de saúde mental, particularmente depressão e transtornos relacionados ao uso de álcool, são frequentemente citados. Além disso, experiências traumáticas, como perda, discriminação, violência e emergências humanitárias, podem desencadear sentimentos suicidas.

A adolescência é um período de intensas transformações, incluindo mudanças significativas no cérebro. Segundo uma pesquisa da revista Molecular Psychiatry, do grupo Nature, a maioria dos transtornos mentais tende a surgir por volta dos 14 anos, quando ocorrem essas alterações cerebrais cruciais. Tal descoberta destaca a importância de monitorar e apoiar adolescentes, já que este é um momento crítico para o desenvolvimento e possível surgimento de condições de saúde mental.  Quando não identificados e tratados precocemente, esses transtornos podem evoluir para comportamentos destrutivos, incluindo autolesão e suicídio. É crucial, portanto, não ignorar os sinais e buscar apoio e tratamento apropriados o quanto antes.

A escola desempenha um papel fundamental na identificação precoce destes problemas. Professores e colegas de classe frequentemente notam sinais de sofrimento em estudantes, como mudanças no comportamento e desempenho acadêmico, isolamento e sinais físicos de autolesão. Por isso, é essencial treinar professores e educadores para reconhecer e responder a estes sinais.

Em resposta ao crescente problema de saúde mental, o Ministério da Saúde tem intensificado seus esforços, com uma significativa alocação de fundos para apoiar a saúde mental. Parcerias entre pais, escolas e organizações de saúde são essenciais para abordar e prevenir problemas de saúde mental em jovens.

Onde obter ajuda?

Felizmente, há diversos recursos disponíveis para aqueles que necessitam de suporte nessa área. O site Mapa Saúde Mental oferece um abrangente mapeamento de locais por todo o Brasil que prestam serviços em saúde mental. Uma ferramenta prática para quem precisa encontrar um local de atendimento próximo.

Uma iniciativa notável é do Instituto Ame Sua Mente, que lançou o projeto Bússola. Este projeto é especialmente dedicado a capacitar professores, equipando-os com ferramentas e estratégias para lidar com desafios de saúde mental em ambientes educacionais. A importância de preparar os educadores para essa realidade é indiscutível, considerando o impacto que problemas de saúde mental podem ter no processo de aprendizagem e no bem-estar dos estudantes.

O Vita Alere é outro ponto de apoio. Além de oferecer atendimento, o instituto proporciona cursos, consultorias e palestras, expandindo o entendimento e a capacidade de resposta da sociedade a respeito das questões de saúde mental.

Para situações de crise ou emergência, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma referência. Disponível 24 horas por dia, o CVV pode ser contatado pelo telefone 188 ou através de seu site. A escuta e o suporte oferecidos pelo CVV têm sido essenciais para muitas pessoas que enfrentam momentos de desespero.

Além dessas instituições especializadas, o sistema público de saúde também oferece diversos pontos de atendimento. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão aptos a prestar auxílio em questões de saúde mental. Em situações de urgência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode ser acionado pelo número 192, garantindo socorro imediato.


A mensagem subjacente é clara: o suicídio é prevenível, e a conscientização, educação e intervenção são vitais. Com esforços combinados e uma abordagem abrangente, podemos criar esperança através da ação.



Leia também:



Referências:

  • ONU News. (2023) - Dia Mundial da Prevenção do Suicídio realça perda de 700 mil pessoas por ano. Acesso em https://news.un.org/pt/story/2023/09/1820187
  • Agência Brasil. (2023) - Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: saúde mental de jovens preocupa. Acesso em https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-09/dia-mundial-de-prevencao-ao-suicidio-saude-mental-de-jovens-preocupa
  • Organização Pan-Americana da Saúde (2021) - Uma em cada 100 mortes ocorre por suicídio, revelam estatísticas da OMS. Acesso em https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-suicidio-revelam-estatisticas-da-oms
  • OMS - Organização Mundial da Saúde (2021) - Suicide worldwide in 2019. Acesso em https://www.who.int/publications/i/item/9789240026643
  • Solmi, M., Radua, J., Olivola, M. et al. Idade de início dos transtornos mentais em todo o mundo: meta-análise em larga escala de 192 estudos epidemiológicos. Mol Psiquiatria 27 , 281–295 (2022). https://doi.org/10.1038/s41380-021-01161-7



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