Inovações vividas pelo setor da saúde em Curitiba devem servir de exemplo para
outras regiões do país e se tornar tendência. Elas foram exibidas a
profissionais da área durante o primeiro evento Transformação Digital de 2023,
promovido na capital paranaense pela Agência Curitiba e Vale do Pinhão. O
evento teve como mediador o fundador e CEO da Academia Médica, Fernando
Carbonieri.
Entre as propostas apresentadas, o uso de Big Data e integração dos dados
para o acompanhamento dos pacientes, a transformação na produção de insumos para
o modelo 4.0 aplicado a imunizantes e medicamentos bioterapêuticos e o
desenvolvimento de novos produtos que resolvam questões pontuais de saúde, com
uso de menos medicamentos.
Saúde 4.1
Entre os participantes, a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz
Battistella, destacou que Curitiba investe há décadas na informatização dos
dados dos usuários do sistema, o que possibilitou a implantação de novos
serviços, como o lançamento do Aplicativo Saúde Já Curitiba e os teleatendimentos
pela Central Saúde Já.
Sendo a primeira cidade a ter implantado o prontuário eletrônico, no final
dos anos 1990, Curitiba hoje acompanha todos os encaminhamentos dados aos 53
mil usuários atendidos por dia pelo SUS Curitibano.
“O Ministério da Saúde, nesta atual gestão, criou a Secretaria de Saúde
Digital e levou a contribuição da nossa cidade para o Brasil, com os
aprendizados que tivemos para chegar a este sistema tão avançado e
informatizado como temos aqui, no nosso modelo de Saúde 4.1”, destacou a
secretária.
O modelo Saúde
4.1, apresentado aos participantes do Transformação Digital, foi
desenvolvido pela SMS durante a pandemia e utiliza recursos como
conectividade e inteligência artificial para ampliar o acesso do cidadão aos
serviços do SUS Curitibano.
Foco no paciente
Na plateia, profissionais dos segmentos hospitalar, startups, educação
acadêmica, empresas, indústria de diagnóstico e tecnologia se reuniram
para ouvir e debater os serviços e produtos desenvolvidos com suporte da
evolução digital no setor.
Em comum, além do interesse pelo tema, todos também foram, são ou serão
pacientes, lembrou Fernando Carbonieri, que também é cofundador da plataforma
de saúde corporativa wellbe.co.
O foco em soluções digitais que promovam a qualidade de vida foi abordado
pela co-founder e CEO do Grupo Medless, Nádia Dietrich. A empresa desenvolve
implantes hormonais não absorvíveis para tratamentos da saúde da mulher.
Ela contou que o propósito desta health
tech curitibana é ofertar a qualidade de vida no tratamento de um problema
sem gerar a necessidade de uso de outros medicamentos, para combater os efeitos
colaterais.
“Por isso ‘Medless’ (menos medicamentos). Estamos em estudos para implantes
na área da psiquiatria, em que as medicações precisam ser administradas a longo
prazo e o implante é uma solução viável para a manutenção dessa prática pelo
paciente”, disse Nádia.
Menos importações
Já o gerente de Desenvolvimento de Negócios do Instituto de Biologia
Molecular do Paraná (IBMP), Lucas Nascimento, contou a evolução do Instituto em
sua informatização, rumo a um modelo de produção industrial de bioterapêuticos
no modelo Pharma 4.0.
O instituto está abrindo um novo capítulo em sua história, rumo
à pesquisa e desenvolvimento de bioterapêuticos em Curitiba, e implantando
uma nova
unidade de biotecnologia, na CIC, que vai produzir insumos para vacinas e
terapias avançadas para doenças como o câncer.
A proposta vai suprir uma necessidade nacional, reduzindo a dependência de
produção internacional desses insumos.
Atualmente, a maioria desses produtos é importada.“Estamos investindo em
consultoria internacional para nos fornecer expertise
para a indústria 4.0 e estamos avançando nos critérios, desenvolvendo uma
rede neural, investimos em rastreabilidade, economicidade, automação,
velocidade, acesso, qualidade. E tudo isso só importa com foco nas pessoas”,
destacou Nascimento.
Troca de informações
Durante o evento, plateia e participantes conversaram sobre diversos prismas
do papel dos avanços digitais na Saúde, como o comprometimento com os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, busca de investimentos e uso
dos bancos de dados para intervir em ações preventivas.
A troca de informações e networking
é um dos objetivos do Transformação Digital, uma das frentes de apoio do Vale
do Pinhão, a partir do desenvolvimento do ecossistema de inovação. Os
contatos podem resultar em incentivos e parcerias para melhoria e
lançamento de novos produtos, como lembrou Nádia Dietrich.
Como parceira do Vale do Pinhão, a co-founder e CEO do Grupo Medless tem
participado deste ambiente de cooperação. "Foi pelo Vale que fizemos
parceria com a Hot Milk, em que recebemos incentivo para o desenvolvimento de
uma nova linha de produtos voltados ao público masculino”, contou
Nádia.
Cris Alessi destacou que o Vale do Pinhão tem interesse em unir essas discussões, que envolvem empresas de todos os portes, e em ofertar seus programas para contribuir com sua evolução. “Temos o que ofertar para contribuir e ofertar para todas as empresas, de diferentes tamanhos, para que possam focar em seus públicos finais, as pessoas beneficias nos atendimentos”, disse.
Fontes: Prefeitura de Curitiba e Redação Academia Médica.
Leia também: