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Médicos com síndrome de Burnout são mais propensos a se envolver em incidentes que comprometam a segurança do paciente

Médicos com síndrome de Burnout são mais propensos a se envolver em incidentes que comprometam a segurança do paciente
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set. 28 - 3 min de leitura
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A Síndrome de Burnout é uma reação ao estresse prolongado ou crônico relacionado ao trabalho e envolve exaustão, sentimentos de impotência, desânimo, alterações de humor e sintomas físicos. A condição está se tornando cada vez mais comum entre profissionais da saúde.

Recentemente, um grupo de pesquisadores do Reino Unido realizou uma revisão sistemática para verificar a associação do problema com o engajamento na carreira dos médicos e a qualidade do atendimento prestado ao paciente em todo o mundo. A pesquisa, publicada em 14 de setembro no The BMJ, envolveu a análise de 170 artigos.

Segundo o artigo, os médicos que sofrem de Síndrome de Burnout têm até quatro vezes mais chances de estar insatisfeitos com seu trabalho e são três vezes mais propensos a se arrepender de sua escolha de carreira e ter pensamentos ou intenções de deixar o emprego.

Além disso, o esgotamento faz com que os profissionais sejam duas vezes mais suscetíveis a receber baixos índices de satisfação dos pacientes e duas vezes mais propensos a se envolver em incidentes de segurança do paciente. 

Os pesquisadores também descobriram que o Burnout foi mais significativo em ambientes hospitalares, para médicos com idades entre 31 e 50 anos. Na sequência, estão os profissionais que trabalham em medicina de emergência e terapia intensiva. Em contrapartida, a condição foi menos verificada em clínicos gerais. 

Os autores do estudo reconhecem algumas limitações em sua pesquisa, incluindo o fato de que as definições de alguns termos de busca e estudo variaram entre os estudos analisados, como segurança do paciente, profissionalismo e satisfação no trabalho, fato que pode ter levado a uma superestimação de sua associação com a Síndrome de Burnout. 

Além disso, o desenho dos estudos originais impôs limites à capacidade de estabelecer relações causais entre o esgotamento médico e o atendimento ao paciente ou o envolvimento na carreira. 

No entanto, os autores concluem: “O burnout é um forte preditor para o desengajamento da carreira em médicos, bem como para o atendimento ao paciente. No futuro, são necessárias estratégias de investimento para monitorar e melhorar o esgotamento dos médicos como meio de reter a força de trabalho de saúde e melhorar a qualidade do atendimento ao paciente”. 

Referência: 

Hodkinson, Alex & Zhou, Anli & Johnson, Judith & Geraghty, Keith & Riley, Ruth & Zhou, Andrew & Panagopoulou, Efharis & Chew-Graham, Carolyn & Peters, David & Esmail, Aneez & Panagioti, Maria. (2022). Associations of Burnout with the Career Engagement of Physicians and the Quality of Patient Care: A Systematic Review and Meta-analysis. BMJ: British Medical Journal. 10.1136/bmj-2022-070442. Disponível em https://www.bmj.com/content/378/bmj-2022-070442 

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