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Conheça os fatores de predisposição da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde

Conheça os fatores de predisposição da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde
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set. 6 - 5 min de leitura
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Com o objetivo de identificar os principais preditores da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde dos Estados Unidos, uma revisão sistemática publicada no British Medical Journal fez uma compilação de características demográficas, profissionais, prática clínica e fatores psicológicos.

Segundo o estudo, as principais vítimas do problema são profissionais do sexo feminino, jovens. Entre os fatores que predispõem o apartecimento da doença estão: liderança sem apoio, carga extenuante de trabalho, autonomia no trabalho, baixo equilíbrio entre vida profissional e pessoal e trabalhar em ambiente com fim lucrativo.

Como estratégias efiocazes para restaurar o bem-estar dos profissionais de saúde, os autores identificam duas estratégias: alinhar os valores pessoais e organizacionais e permitir que os profissionais de saúde reduzam um quinto do tempo de prática. Apesar de apontado na revisão, sabemos que na realidade brasileira a segunda opção é, infelizmente, pouco possível.

Características demográficas

Dos 73 estudos analisados, aproximadamente 54% dos artigos não encontraram o gênero como um preditor significativo de Burnout, enquanto 41% demonstraram que as mulheres tinham um risco maior do que os homens.

Em relação à idade como preditor, 28 estudos encontraram uma associação com Burnout e 25 não encontraram nenhuma. Daqueles com associação, 17 estudos descobriram que pessoas mais jovens são mais predispostas a terem o problema.

Características profissionais e da prática clínica

As características analisadas incluíam especialidade, anos de prática, tipo e tamanho do ambiente de prática, suporte da gestão, compensação ou reembolso. Outras variáveis foram estresse no trabalho, autonomia, flexibilidade, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, carga de trabalho/carga de casos (tempo gasto no atendimento ao paciente, número de pacientes atendidos por semana, horas trabalhadas, noites de plantão por semana, gráficos ou papelada, prontuário eletrônico ou informatização) e funcionamento da equipe.

Dos 56 estudos, a maioria descobriu que a carga de trabalho foi um preditor significativamente associado para Burnout. Um estudo demonstrou que vários fatores de carga de trabalho - incluindo mais horas trabalhadas, mais noites de plantão, maior volume ambulatorial e maior porcentagem de tempo na prática clínica - foram associados a maior risco.

Em relação aos anos de prática, de cinco estudos prospectivos, dois descobriram que quanto mais anos na prática menores as chances de desenvolvimento de Burnout.

Um total de 34 estudos examinou a especialidade ou subespecialidade como um preditor, mas apenas treze encontraram um efeito. Em um deles, foram apontadas taxas mais altas entre os médicos de atenção primária da linha de frente (ou seja, medicina de família, medicina interna geral e médicos de medicina de emergência). Em relação aos cirurgiões, descobriram que os cirurgiões de trauma têm maior desgaste do que os de outras especialidades.

Estudos que usaram desenhos prospectivos demonstraram que os residentes do segundo ano em urologia, neurologia, medicina de emergência e cirurgia geral estavam em maior risco de Burnout em comparação com medicina interna ou dermatologia.

Sobre a característica do serviço, um estudo descobriu que praticar a Medicina em um ambiente médico universitário ou acadêmico foi um preditor significativo da síndrome em comparação com um ambiente não universitário.

Fatores psicológicos de saúde

Os fatores psicológicos analisados incluíram angústia geral, depressão, ansiedade, ideação suicida, transtornos de personalidade e traços de personalidade.

Aproximadamente 64% encontraram que a depressão estava significativamente associada a uma maior incidência de Burnout. Além disso, houve maior incidência entre os profissionais que tiveram ideação suicida.

A ansiedade também foi identificada como um preditor estatisticamente significativo em 60% dos estudos, incluindo um estudo prospectivo. Além disso, entre os residentes de cirurgia, o transtorno de estresse pós-traumático estava associado ao alto risco de esgotamento profissional.

Riscos para a saúde e fatores de comportamento de saúde

Aproximadamente 60% dos estudos identificaram lombalgia, inatividade física e angústia do ambiente de trabalho físico, incluindo aqueles atribuídos ao uso de prontuário eletrônico, como contribuintes para o Burnout.

Referência:

Meredith LS, Bouskill K, Chang J, et alPredictors of burnout among US healthcare providers: a systematic reviewBMJ Open 2022;12:e054243. doi: 10.1136/bmjopen-2021-054243

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