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Pesquisadoras anunciam terceiro caso de remissão de HIV no mundo

Pesquisadoras anunciam terceiro caso de remissão de HIV no mundo
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fev. 16 - 4 min de leitura
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O estudo observacional, conduzido pela International Maternal Pediatric Adolescent AIDS Clinical Trial Network (IMPAACT) P1107 e liderado pelas pesquisadoras Yvonne Bryson, M.D., da universidade da California e Deborah Persaud, M.D., da universidade de Johns Hopkins, mostrou que uma mulher em tratamento para leucemia mieloide aguda(LMA), que recebeu um transplante de células-tronco do sangue do cordão umbilical, está há 14 meses sem ter níveis detectáveis de HIV, mesmo depois da suspensão das sessões de terapia antirretroviral (TARV) (1).

A pesquisa teve início em 2015 e foi desenhada para descrever os resultados de 25 participantes vivendo com HIV que foram submetidos a um transplante com células-tronco do sangue do cordão umbilical para tratamento de câncer, doença hematopoiética ou outras doenças subjacentes.

As células tronco foram submetidas a uma mutação genética, que faz com que as novas células não possuam co-receptores CCR5, que é o que o HIV usa para infectar as células. Ao matar as células imunológicas cancerígenas por meio de quimioterapia e, em seguida, transplantar células-tronco com a mutação, é possível que as pessoas com HIV desenvolvam um sistema imunológico resistente ao HIV, de acordo com a teoria dos cientistas.

A mulher que obteve resultado é mestiça e estava em TARV há 4 anos no momento do diagnóstico da leucemia que, após as quimioterapias, regrediu. Antes de receber o transplante de células-tronco do sangue do cordão umbilical, suplementadas com células de um doador adulto de um parente (chamadas células haplo), a paciente estava detectável para o HIV, porém estava controlada. Em 2017, ela recebeu o transplante e depois ela enxertou  100% de células do sangue do cordão umbilical no dia 100 e não teve mais o HIV detectável. Aos 37 meses após o transplante, a paciente cessou a TARV. Consoante as pesquisadoras, nenhum HIV foi detectado na participante por 14 meses, exceto por uma detecção transitória de traços de DNA do HIV nas células sanguíneas da mulher em 14 semanas após a interrupção da TARV. As células haplo foram enxertadas  apenas transitoriamente e contribuíram para uma rápida recuperação.
 

Os outros 2 casos anteriores de remissão

O primeiro, conhecido como “paciente de Berlim” (homem caucasiano), teve remissão do HIV por 12 anos e foi considerado curado do HIV; ele morreu de câncer em setembro de 2020. O segundo, em 2019,  o “paciente de Londres” (um homem latino) está em remissão do HIV há mais de 30 meses. Ambos receberam transplante de medula óssea de doadores que tinham a mutação contra o receptor CCR5 do vírus. 

Por ter sido um  transplante de medula óssea, os pacientes tiveram graves reações de rejeição, sendo que, segundo seus médicos, o paciente de Berlim quase morreu  após o procedimento . O segundo paciente teve um tratamento menos intenso, mas no ano seguinte ao transplante, perdeu quase 70 quilos, desenvolveu perda auditiva e sobreviveu a múltiplas infecções (2).

Em contrapartida, a mulher do terceiro caso  saiu do hospital após 17 dias do transplante e não desenvolveu reações de rejeição, de acordo com o seu médico Dr. JingMei Hsu da Weill Cornell Medicine (2). Segundo o doutor, a suplementação das células de seu parente (células haplo)  no sangue do cordão umbilical  pode tê-la poupado dos efeitos colaterais brutais de um transplante de medula óssea típico (2).

 

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Referências 

  1. National Institutes of Health. Researchers document third known case of HIV remission involving stem cell transplant. Fev 2022. Disponível em https://www.nih.gov/news-events/news-releases/researchers-document-third-known-case-hiv-remission-involving-stem-cell-transplant 

  2. New York Times. A Woman Is Cured of H.I.V. Using a Novel Treatment. Fev 2022. Disponível em https://www.nytimes.com/2022/02/15/health/hiv-cure-cord-blood.html?s=08&smid=tw-nytimes&smtyp=cur 

 


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