O Langya henipavirus (LayV), novo vírus identificado na China, com infecções registradas entre os anos 2018 e 2021, foi um dos temas do Troca de Plantão desta quinta-feira (11). O fundador da Academia Médica, Fernando Carbonieri, discutiu o assunto com o infectologista Hugo Boechat.
A transmissão do henipavirus aos seres humanos se dá através do contato com animais contaminados, já tendo sido identificados 25 mamíferos portadores. Entre eles, o musaranho, apontado como possível reservatório natural. Até então, não foi documentada a transmissão entre pessoas e não há mortalidade declarada. Os sintomas de contaminação são semelhantes aos do coronavírus e da influenza, como febre, fadiga, tosse, dor de cabeça e vômito.
“O aparecimento de novos vírus é consequência de um contexto de mudanças ambientais, como o desmatamento e o aquecimento global” disse Boechat, que também destacou a necessidade de haverem mudanças nas formas de funcionamento dos mercados de animais existentes na China e em outros países do mundo, que acabam sendo origem da transmissão de vírus e fonte de uma série de problemas ligados à saúde pública.
Nos últimos dias, a divulgação do descobrimento do henipavirus deixou a mídia em alerta. Ainda assustadas em relação à COVID-19, muita gente começou a se perguntar se uma nova pandemia pode estar a caminho. Ao que tudo indica, por enquanto não há risco de que isso venha a acontecer. Porém, segundo o infectologista, deve-se ficar atento a possíveis mutações do vírus que possam vir a torná-lo mais patogênico, mais grave ou transmissível de pessoa a pessoa.
Para saber mais sobre o assunto, siga a Academia Médica nas redes sociais e assista ao episódio número 09 da segunda temporada do Troca de Plantão:
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