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A humanização no atendimento médico e suas consequências na cura do paciente

A humanização no atendimento médico e suas consequências na cura do paciente
Fernando Antônio Ramos Schramm Neto
set. 30 - 3 min de leitura
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A honra médica de se escutar as mazelas que afligem os enfermos é uma das menções do Juramento de Hipócrates a que nós médicos e futuros médicos nos comprometemos. Partindo dessa premissa, com o status de referência social atribuído ao papel do médico, o respeito a esse código torna-se imprescindível para se estabelecer relações saudáveis de conduta humanitária.

A chegada de novas tecnologias e o seu uso pelos profissionais da área de saúde, no entanto, geram contrapontos que impedem a eficácia da humanização no atendimento médico. A conclusão, portanto, é imediata: consequências negativas durante o processo de cura do paciente.

É espantosamente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade, como afirma o físico teórico Albert Einstein. A chegada de novas vertentes tecnológicas que buscam “facilitar” o processo médico de cura gerou uma explícita desmoralização da humanização no atendimento hospitalar para com os enfermos, em que os profissionais da Medicina se preocupam em tratar a doença sem antes tratar o paciente que a possui, numa completa relação vertical ausente de empatia.

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Um exemplo são os dados relatados pela Faculdade para Médicos da Escola da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, retratando as centenas de mortes em hospitais ocasionados pela atitude de médicos de ignorar os fatos narrados pelos pacientes à respeito de suas doenças. É dever do médico associar o conhecimento técnico com o ético.

É explícito que o profissional de saúde deve atuar tal qual um espelho: refletindo as mazelas dos enfermos sobre si mesmo, para então despertar a empatia e tornar o tratamento humanitário.

Muito embora os novos meios tecnológicos incutidos à Medicina tenham apresentado novos desafios ao discernimento necessário por parte do profissional médico durante a relação médico-paciente, a moral humana deve-se fazer superior ao domínio tecnológico da sociedade moderna, e o doutor deve manifestar seu próprio, porém intrínseco aos médicos, dever comum de “escutar” além do que o paciente apresenta.

As novas iniciativas de “ética narrativa” criados por faculdades visando efetuar a tomada de decisões pelos médicos só após ouvir os pacientes são um exemplo do que estamos falando. A conduta define o tipo de profissional, e a ética o move.

William Osler, médico canadense, já diria que a Medicina é a arte da incerteza e a ciência da probabilidade. Com base nisso, e em cumprimento de sua missão única de salvar vidas acima de quaisquer motivações pessoais, o médico deve manifestar a sua ética humanitária a partir do momento em que o paciente o procura, buscando eliminar todas as incertezas e minimizar as probabilidades.

É imprescindível, que instituições formadoras de futuros profissionais da saúde, como faculdades públicas e privadas, invistam em debates e programas acerca do comportamento humanitário do médico em pleno século XXI, visando formar profissionais conscientes de sua honra e do seu dever na saúde.

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