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A Importância da atividade física para pessoas com doenças respiratórias crônicas

A Importância da atividade física para pessoas com doenças respiratórias crônicas
GEPRAPS - GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA RESPIRATÓRIAS NA APS
abr. 6 - 7 min de leitura
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As doenças crônicas constituem a principal causa de morte prematura de adultos em todas as regiões do mundo e, apesar de sua importância epidemiológica, têm sido negligenciadas pelas políticas internacionais e nacionais de saúde.

As Doenças Respiratórias Crônicas (DRC) foram a terceira causa de morte (7%) no mundo em 2017, atrás de doenças cardiovasculares e neoplasias, com destaque para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e Asma. Entre 1990 e 2017, o número total de mortes causadas por DRC aumentou mundialmente, enquanto a taxa de mortalidade padronizada por idade diminuiu.

O cenário das DRC no Brasil seguiu a tendência global, sendo a DPOC a quarta causa de óbitos em 2019, com aumento absoluto do número de mortes por DRC e redução das taxas de mortalidade quando ajustadas por idade. Podemos destacar dentre as DRC principais: Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Fibrose Pulmonar.

A DPOC baseia-se em uma restrição progressiva do fluxo de ar pulmonar, causada por uma resposta inflamatória anormal, bem como sintomas de desconforto respiratório, onde a doença apresenta prejuízos para a qualidade de vida dos seus portadores, o que restringe a autonomia dos pacientes, pois a degeneração gradual pulmonar e física, que são típicas da doença, é referida por períodos agudos, clínicos e funcionais, com episódios de exacerbações e internações, o que determina um aumento do trabalho respiratório.

O diagnóstico de asma é baseado na história de sintomas respiratórios que variam ao longo do tempo diante da demonstração da limitação variável do fluxo aéreo, é uma doença heterogênea caracterizada por inflamação crónica das vias aéreas episódicas e reversíveis, que pode ocorrer por vários fatores, como infecções, alérgenos ambientais e irritantes. Os sintomas são sibilos, dispneia, opressão torácica retroesternal e tosse, os quais variam com o tempo e na intensidade, sendo esses associados à limitação variável do fluxo aéreo.  

Já a fibrose pulmonar é a substituição do tecido normal por um tecido cicatricial, causada na maioria das vezes, pelas doenças intersticiais pulmonares (DIP), causando uma inflamação na parte terminal dos pulmões, levando à progressiva cicatrização e gerando a fibrose pulmonar, uma doença pulmonar crônica com sintomas de dispneia progressiva, fadiga e perda de peso, que prejudica a qualidade de vida do paciente.

Umas das intervenções não farmacológicas que podem melhorar a qualidade de vida desses pacientes são os programas de reabilitação pulmonar (PRP), pois resultam em melhora da força muscular periférica e respiratória, aumento da tolerância ao exercício e do IMC (Índice de Massa Corpórea), além de melhorar o entendimento dos pacientes sobre sua doença, pois faz parte dos PRP a educação em saúde, no qual o paciente tem acesso a intervenções educativas sobre todos os aspectos que envolvem as DRC.

O principal objetivo dos PRP é minimizar o impacto negativo do bem-estar e qualidade de vida dos pacientes, além de otimizar a performance física e social, melhorando a capacidade de exercício e autonomia. A estratégia utilizada pela reabilitação pulmonar é integrar- se ao manejo clínico e à manutenção da estabilidade clínica dos portadores de DRC, principalmente nos pacientes que, mesmo com tratamento clínico otimizado, continuam sintomáticos e com diminuição de sua função física e social. O treinamento físico nesses pacientes pode apresentar resposta fisiológica quando são utilizados níveis próximos da capacidade física máxima.

atividade física (AF) pode beneficiar a saúde de indivíduos com DRC, já que a prática regular permite a manutenção dos volumes e das capacidades respiratórias, diminuindo a restrição do movimento pela rigidez da caixa torácica e da coluna vertebral, além de manter a capacidade funcional e promover o bem-estar geral, mesmo adotando níveis baixos de treinamento físico.

Sendo assim, PRP em indivíduos com DRC resultarão em um melhor funcionamento da mecânica respiratória, equalizações das pressões respiratórias, fortalecimento muscular global, melhora na tolerância ao exercício, independência funcional e melhora no desempenho das atividades de vida diárias, melhora na sensação de fadiga, mudança na qualidade de vida e, consequentemente, diminuição das manifestações clinicas e de necessidades médicas urgentes e hospitalizações.

Referências:

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Autoras: 



O GEPRAPS é um grupo interdisciplinar e multidisciplinar de profissionais da saúde, que desenvolvem trabalhos e reflexões sobre as situações relacionadas às Doenças Respiratórias Crônicas – DRCs no Brasil .O principal objetivo do grupo é apoiar as boas práticas assistenciais, a educação permanente, o desenvolvimento multiprofissional continuado e a pesquisa respiratória na Atenção Primária a Saúde, com enfoque nas linhas de cuidado das Doenças Respiratórias Crônicas e Tabagismo.

Para mais informações, clique aqui. Ou acesse @gepraps

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