Traumas profundos podem levar a mudanças na fisiologia e
psicologia das crianças e adolescentes. Estudo conduzido por pesquisadores da Schulich School of Medicine e do Dentistry's Drug Safety Lab analisou a relação
entre a exposição à guerra, sinais de estresse pós-traumático e as
concentrações de cortisol presentes no cabelo de meninos e meninas refugiadas
sírias, que vivem em assentamentos do Líbano. Os resultados foram recentemente
publicados na Molecular Psychiatry.
O cortisol
(também conhecido como hidrocortisona) do cabelo é considerado um biomarcador de
estresse, permitindo o rastreio do problema de forma não invasiva e por longo
período de tempo. O hormônio também está presente no sangue e na urina, mas a
medição do mesmo através destes componentes só demonstra resultados relativos ao
estresse vivenciado nas últimas 24 horas.
Após a coleta de fios
de cabelo dos participantes, os cientistas descobriram que o nível elevado das
concentrações de cortisol resultam em maior carga de sintomas de estresse
pós-traumático. Adolescentes que vivenciam eventos relacionados à guerra têm um
risco quase 40% maior de desenvolver estresse pós-traumático, sendo que as
meninas são 62,7% mais propensas a apresentar o problema.
Também foi constatado que os níveis de cortisol aumentam de
acordo com o número de incidentes relacionados à guerra vivenciados. Condições
de vida atuais não contribuíram para aumento ou redução da quantidade do
hormônio e dos sintomas relacionados ao trauma.
Referência:
Demelza Smeeth et al, War exposure, post-traumatic stress
symptoms and hair cortisol concentrations in Syrian refugee children, Molecular
Psychiatry (2022). DOI:
10.1038/s41380-022-01859-2
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