Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
VOLTAR

Mal do século, vida acadêmica e suicídio. O que estamos ignorando?

Mal do século, vida acadêmica e suicídio. O que estamos ignorando?
Marcos Aurélio S. Oliveira
mar. 23 - 9 min de leitura
030

É importante que os estudantes universitários recebam apoio e recursos adequados para lidar com a depressão e outros problemas de saúde mental. Isso pode incluir serviços de aconselhamento, grupos de apoio, programas de prevenção do suicídio e políticas que promovam o bem-estar dos estudantes. Além disso, a conscientização e a educação sobre a saúde mental devem ser amplamente promovidas na comunidade acadêmica, a fim de reduzir o estigma associado à busca de ajuda e incentivar a busca precoce de tratamento.

Em resumo, a depressão é um problema sério que pode afetar a vida acadêmica dos estudantes e aumentar o risco de suicídio. É importante que as universidades e a sociedade em geral trabalhem juntas para fornecer suporte e recursos adequados para lidar com a saúde mental dos estudantes e promover um ambiente saudável e de apoio na comunidade acadêmica. 

A depressão é um transtorno mental comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente de sua idade, gênero ou status socioeconômico. A condição pode causar sintomas como tristeza persistente, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, fadiga e alterações no sono e apetite. 

A depressão pode afetar muitos aspectos da vida de uma pessoa, incluindo a vida acadêmica. A pressão de obter boas notas e competir com colegas pode aumentar o estresse e a ansiedade, piorando a condição da depressão. Além disso, a vida acadêmica pode ser particularmente desafiadora para aqueles que sofrem de depressão, com prazos rigorosos, tarefas complexas e altas expectativas. 

Este artigo tem como objetivo revisar a literatura existente sobre os impactos da depressão no dia a dia e na vida acadêmica, além de discutir as estratégias para lidar com a depressão e minimizar seus efeitos na educação. É uma revisão bibliográfica que teve como objetivo analisar e discutir os estudos existentes sobre a depressão no dia a dia e seus impactos na vida acadêmica. A metodologia utilizada foi baseada em uma pesquisa em bases de dados científicas, como PubMed, Scopus e Web of Science, com os termos "depressão", "vida acadêmica", "estudantes" e "impactos".

Foram incluídos estudos publicados em inglês, português e espanhol, que abordassem o tema da depressão no contexto da vida acadêmica. Foram excluídos os estudos que não se encaixassem nos critérios de inclusão, como estudos com populações diferentes ou que não abordassem o tema específico da revisão. A seleção dos artigos foi feita por dois revisores independentes, que avaliaram os títulos e resumos dos estudos encontrados na busca inicial. Os estudos que atenderam aos critérios de inclusão foram selecionados para a revisão completa dos artigos.

Os dados foram extraídos dos artigos selecionados e organizados para melhor compreensão. Os resultados da revisão foram apresentados de forma descritiva e interpretativa, com a discussão das principais conclusões dos estudos e a integração dos achados na análise geral do tema. Por fim, as limitações da revisão foram discutidas, como a possibilidade de que alguns estudos relevantes não tenham sido incluídos na busca inicial ou que possa haver viés de seleção na escolha dos estudos. No entanto, este estudo fornece uma visão abrangente dos estudos existentes sobre a depressão no contexto da vida acadêmica, fornecendo informações valiosas para ajudar a entender e lidar com essa condição em estudantes.

Achados comuns

Ao analisar os artigos selecionados para esta revisão bibliográfica, alguns achados comuns foram identificados em relação à depressão no dia a dia e seus impactos na vida acadêmica. Um deles foi a prevalência da depressão em estudantes universitários. Muitos estudos relataram altas taxas de depressão em estudantes universitários, como por exemplo estimativas variando de 10% a 30% apresentadas pela ABP. Além disso, a prevalência da depressão parece estar aumentando em todo o mundo, especialmente entre os jovens.

Outro achado comum foi a associação entre a depressão e a redução do desempenho acadêmico. A depressão pode afetar negativamente o desempenho acadêmico devido à diminuição da motivação, dificuldade de concentração e memória, além de outros sintomas que podem interferir na aprendizagem e no desempenho. Além disso, a depressão pode ter impactos significativos na saúde mental e física geral dos estudantes universitários.

Vários estudos encontraram associações entre a depressão e o aumento do risco de abuso de substâncias, comportamentos de risco para a saúde, bem como outras condições de saúde mental, como ansiedade e transtornos alimentares. Os estudos também destacaram a importância do apoio social e da identificação precoce e tratamento da depressão para minimizar seus impactos na vida acadêmica. A terapia cognitivo-comportamental e outras intervenções psicológicas foram encontradas para serem eficazes na redução dos sintomas da depressão em estudantes universitários.

A depressão é um fator de risco significativo para o suicídio e, portanto, é importante discutir esse tópico em relação à revisão bibliográfica sobre depressão no dia a dia e impactos na vida acadêmica. Vários estudos mostram que a depressão está fortemente associada ao aumento do risco de suicídio em estudantes universitários. Um estudo de revisão sistemática e meta-análise de 32 estudos, publicada em 2020 na revista científica Journal of Affective Disorders, por  Jiaojiao Jiang, et al. descobriu que a depressão é um fator de risco significativo para o suicídio em estudantes universitários. 

Outro estudo também relatou que o risco de suicídio em estudantes universitários com depressão é 5,8 vezes maior do que em estudantes sem depressão. É importante destacar que a depressão não é a única causa de suicídio em estudantes universitários.  Outros fatores de risco, como transtornos de ansiedade, abuso de substâncias e histórico de tentativas de suicídio também devem ser considerados.

É crucial que a depressão em estudantes universitários seja identificada e tratada precocemente para reduzir o risco de suicídio. A identificação precoce pode ser alcançada por meio de triagem regular de saúde mental em ambientes universitários e por meio da conscientização dos sintomas da depressão pelos próprios estudantes.

Os trabalhos revisados também destacam a importância de intervenções efetivas para prevenir e tratar a depressão em estudantes universitários. Intervenções como terapia cognitivo-comportamental, terapia de grupo e farmacoterapia foram encontradas para serem eficazes na redução dos sintomas da depressão em estudantes universitários.

Sobre o suicídio, o Ministério da Saúde nos aponta alguns dados:





Os dados mostram que o número de suicídios no Brasil tem aumentado ao longo dos anos, assim como a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes. É importante lembrar que esses números são apenas estatísticas e por trás de cada caso há uma história humana complexa e dolorosa, todo um meio em que foram inseridas e situações próprias.

A prevenção do suicídio é um desafio que requer esforços conjuntos de toda a sociedade, incluindo a promoção de políticas públicas de saúde mental, o combate ao estigma em relação à saúde mental e o acesso a tratamentos e apoio para pessoas que estão em risco.

É importante que os estudantes universitários recebam apoio e recursos adequados para lidar com a depressão e outros problemas de saúde mental. Isso pode incluir serviços de aconselhamento, grupos de apoio, programas de prevenção do suicídio e políticas que promovam o bem-estar. Além disso, a conscientização e a educação sobre a saúde mental devem ser amplamente promovidas na comunidade acadêmica, a fim de reduzir o estigma associado à busca de ajuda e incentivar a busca precoce de tratamento.

Em resumo, a depressão é um problema sério que pode afetar a vida acadêmica dos estudantes e aumentar o risco de suicídio. É importante que as universidades e a sociedade em geral trabalhem juntas para fornecer suporte e recursos adequados para lidar com a saúde mental dos estudantes e promover um ambiente saudável e de apoio na comunidade acadêmica.

Cuidem dos que estão ao lado de vocês, ouçam apelos que as vezes não chegam gritando. A depressão pode estar em um sorriso do seu lado e você nunca viu!

Leia também:




Denunciar publicação
    030

    Indicados para você