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Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 10

Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 10
Luan Gustavo
out. 20 - 5 min de leitura
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Seja bem-vindo à coluna Historynemia que conta as histórias de personagens importantes da medicina e suas contribuições para a sociedade. Fique à vontade para comentar, curtir e compartilhar com seus amigos. 

Vamos lá?

 

Maria Montessori nos EUA

Em 1913 ela foi  apresentada ao país por um cara chamado John Dewey. De origem estadunidense ele foi um importante pensador da educação infantil nesse período da virada do século XIX para o XX, ele via o trabalho de Montessori com bons olhos e sua influência certamente a ajudaria a encontrar mercado nos EUA.

Nesse momento tudo indicava que esse seria o primeiro país a escalonar o método montessoriano de ensino, as coisas realmente caminhavam nessa direção, ela teve uma recepção calorosa e tinha um influente educador ao seu lado. Na capital Washington ela também recebeu apoio de figuras importantes como Mabel Hubbard Bell, esposa do Alexander Graham Bell, que até fundou uma associação que contava também com a participação de Margareth Woodrow Wilson, filha do então presidente americano Woodrow Wilson.

E por falar em personalidades o Jeff Bezos, da Amazon, que atualmente eu acho que é o cara mais rico do mundo, Sergey Brin e Larry Page que participaram da criação do Google, Gabriel García Márquez o renomado escritor colombiano, também passaram em algum momento de suas vidas por esse método ensino. No final de 1913 já existiam mais de 100 escolas montessorianas nos EUA. No entanto, as coisas não ocorreram conforme o esperado. 

William Kilpatrick, um leitor indesejado

Um aluno do John Dewey chamado William Heard Kilpatrick, outro cara que também era tido como um grande educador, muito influente, publicou no ano de 1914 um livro chamado "The Montessori System Examined", em que ele faz uma análise do método, e os resultados desta publicação foram catastróficos para os planos de disseminação do método nos EUA. Kilpatrick escreveu esse livro, pequeno até, 70 e poucas páginas, baseando-se no livro "O Método Montessori", que já estava traduzido para o inglês e em uma viagem que ele fez pra Roma e pode observar uma classe montessoriana em funcionamento. A intenção dele foi fazer uma comparação entre as formas de ensino da italiana e de seu ilustre professor. 

Ele começa então contando a história dela, que ela havia estudado os métodos de Séguin e que começou com crianças consideradas com deficiência. Ele também fala sobre o fato de ela estar sempre a observar e experimentar novas estratégias de ensino buscando encontrar novos métodos cada vez mais eficazes para as crianças. A princípio ele diz entender a ideia montessoriana de respeitar as manifestações naturais da criança, mas parece estar desconfortável quanto a isso, depois ele parece não levar em conta o fato de que a Montessori não tirou essas ideias do nada e sim que de acordo com as observações dela. No entendimento dela, a mente da criança seria algo como uma esponja, pronta para absorver conhecimentos sobre o funcionamento do mundo e que muita interferência pode na verdade até atrapalhar. 

 

Ouça esse episódio na íntegra clicando abaixo:

No decorrer de sua pequena obra, ele também omite o fato de que sim, existe uma disciplina nas salas montessorianas, mesmo que elas tenham liberdade para escolherem o que querem fazer. No método existe uma grande ênfase no que diz respeito à disposição dos materiais dentro dessas salas, é fundamental que a criança tenha conhecimento de todos os tipos de materiais que se encontram a sua disposição e é fundamental que esses materiais estejam organizados ao alcance da criança, os armários sempre são no tamanho adequado para os pequenos, nunca são trancados, prateleiras são dispostas de forma a intuitiva, e o conceito de usou guardou também é ensinado. A criança tem a total noção de que algum coleguinha também vai usar o material depois dela. 

Para Kilpatrick algo que pareceu muito estranho no método foi o fato da descentralização do professor, justamente por não existir a mesa na frente da sala, por muitas vezes o “adulto preparado” - esse é outro nome que Montessori gostava de usar para se referir aos professores -, estar sentado no chão, colocando-se a altura dos pequenos. Às vezes acontecia de uma pessoa que não está habituada ao método e visita uma sala dessas se perguntar “Ué, onde está a professora?” ou então “Nossa, mas as crianças passam o dia todo brincando, quando elas vão de fato aprender algo?

Continua...

Está gostando do conteúdo? Acompanhe os próximos textos aqui na Academia Médica e conheça o final da história dessa heroína da medicina e da educação.

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