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Incidência de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumenta no mundo

Incidência de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumenta no mundo
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set. 12 - 4 min de leitura
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Pesquisadores do Brigham and Women's Hospital afirmam que a incidência de câncer de início precoce - diagnosticados antes dos 50 anos, incluindo câncer de mama, cólon, fígado, esôfago, rim e pâncreas - aumentou dramaticamente ao redor do mundo a partir do início da década de noventa. Com o intuito de entender por que o câncer tem sido diagnosticado cada vez mais cedo, os cientistas conduziram extensas análises de dados disponíveis na literatura, e publicaram seus resultados na revista Nature Reviews Clinical Oncology.

Os autores do estudo analisaram dados globais relativos a cerca de quatorze tipos diferentes de câncer, que mostraram incidência aumentada em adultos com menos de 50 anos, entre 2000 e 2012. Em seguida, eles pesquisaram estudos disponíveis com tendências de possíveis fatores de risco, incluindo exposições precoces na população em geral. Por fim, a equipe examinou a literatura que descreve as características biológicas e clínicas de cânceres de início precoce em comparação com cânceres de início tardio.

A partir dos dados, eles observaram algo chamado efeito coorte de nascimento. Segundo os autores, tal efeito mostra que cada grupo sucessivo de pessoas nascidas mais tarde (por exemplo, uma década depois) tem um risco maior de desenvolver câncer mais tarde na vida, provavelmente devido a fatores de risco a que foram expostos em uma idade jovem. Este risco, afirmam os pesquisadores, está maior a cada geração. 

A equipe reconheceu que o aumento na incidência se deve, em parte, à detecção precoce por meio de programas de rastreamento. Porém, fatores aos quais somos expostos no início da vida, que englobam dieta, estilo de vida, peso, exposições ambientais e microbioma, mudaram substancialmente nas últimas décadas. Assim, também existe a hipótese de que fatores como dieta e estilo de vida ocidentalizados podem estar contribuindo para a epidemia de câncer de início precoce. 

Outros possíveis fatores de risco são consumo de álcool, privação de sono, tabagismo, obesidade e alimentação baseada em alimentos ultraprocessados, consumo alto de bebidas açucaradas e diabetes tipo 2. Estes podem ter alterado a microbiota humana. Com relação ao sono, os pesquisadores relatam que, embora a duração do sono dos adultos não tenha mudado de forma significativa ao longo das décadas, as crianças dormem muito menos hoje do que há algumas décadas. 

Uma limitação apontada no estudo é que os pesquisadores não tinham uma quantidade adequada de dados de países de baixa e média renda para identificar tendências na incidência de câncer ao longo dos anos. Eles sugerem então que ocorra a realização de estudos de coorte longitudinais com consentimento dos pais para acompanhamento de crianças pequenas ao longo das décadas.

Referências:

Ugai, T., Sasamoto, N., Lee, HY. et al. Is early-onset cancer an emerging global epidemic? Current evidence and future implications. Nat Rev Clin Oncol (2022). Disponível em https://www.nature.com/articles/s41571-022-00672-8

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