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Setembro Amarelo. Quem cuida também precisa de cuidado!

Setembro Amarelo. Quem cuida também precisa de cuidado!
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set. 9 - 3 min de leitura
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Sempre que uma doença é diagnosticada em um integrante de um determinado núcleo familiar, seja essa enfermidade física ou mental, aparece a necessidade de cuidado. Na maioria das vezes, toda a atenção é dada para a pessoa doente. Porém, dependendo da situação e da gravidade do problema apresentado, os familiares, geralmente transformados repentinamente em cuidadores, também necessitam ter o próprio bem-estar garantido.

O diagnóstico de determinados problemas de saúde causam sofrimento não apenas ao paciente, mas a todos que o amam e fazem parte de seu convívio diário. Muitas vezes, a doença resulta em mudanças para toda a família, implicando em alterações de rotina doméstica, sofrimento emocional e comprometimento de ganhos financeiros.

Segundo a psicóloga Katia Passos, as famílias que cuidam de pacientes muitas vezes o fazem sem estar preparadas para cuidar, assumindo responsabilidades com as quais não sabem lidar. Algumas pessoas acabam tão envolvidas com o cuidado do doente que se esquecem de cuidar de si mesmas.

“Cuidar de alguém doente envolve alguns riscos. Em algumas situações, os cuidados são tantos e demandam tanto tempo que o familiar cuidador deixa de lado suas atividades rotineiras, abandonando a vida social, abrindo mão de momentos de lazer, deixando de praticar atividade física, esquecendo de cuidar da própria alimentação e até mesmo comprometendo o próprio desempenho profissional. A vida dele começa a girar em torno de manter os horários do paciente, administrar medicamentos e fazer vigília, o que pode gerar uma sobrecarga física e emocional”, afirma.

O ideal para evitar sobrecarga é ter uma rede de apoio dentro da família, em que as tarefas e responsabilidades sejam divididas. Porém, para muita gente, essa rede é inexistente. De qualquer forma, para evitar o adoecimento físico e mental dos cuidadores, Katia aconselha que suporte psicológico seja procurado para todos. “O psicólogo pode ajudar o familiar cuidador a entender os próprios sentimentos e saber como canalizá-los. Cuidar de uma pessoa doente na família geralmente não é uma atividade devidamente valorizada”.

Profissionais de saúde de outras áreas também devem ser procurados e podem ajudar os cuidadores a melhor entender o diagnóstico de determinada doença, o prognóstico, os sinais, sintomas e em que estágio o problema se encontra. Eles também podem orientar sobre como agir em momentos de crises. De acordo com Katia, ter conhecimento sobre a situação e clareza de como cuidar torna as responsabilidades mais leves.

“Apesar das dificuldades, um momento crítico pode ser também um momento de fortalecimento de laços entre pacientes e familiares cuidadores. É bastante comum que, em períodos difíceis, laços de amor e segurança que antes não existiam sejam desenvolvidos”, comenta.

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