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8 dicas que vão melhorar sua relação com seu paciente mesmo antes que ele te conheça

8 dicas que vão melhorar sua relação com seu paciente mesmo antes que ele te conheça
Eduardo Guagliardi
set. 30 - 4 min de leitura
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Aprendemos na faculdade quase tudo sobre o que devemos fazer diante de nossos pacientes. Ou pelo menos assim pensamos. Mas ninguém nos fala sobre o que fazer com eles, os pacientes, antes que eles cheguem à consulta.

Sou médico há 28 anos e outro dia precisei ir me consultar com um colega que ainda não conhecia. Marquei a consulta por telefone e, na data marcada, coloquei o endereço no GPS e me fui. Ao chegar na clínica, descobri que havia um estacionamento ao lado, conveniado.

Estava preocupado se iria encontrar vaga na rua... preocupei-me à toa. Logo depois, meio que tive que adivinhar em qual guichê seria atendido, fui de lá pra cá e, depois de alguns minutos protocolares respondendo às mesmas perguntas, sentei-me para aguardar ser chamado pelo médico.

Leia mais: O desafio da relação médico-paciente na Telemedicina

Na sala de espera outras pessoas faziam o mesmo. Algumas tinham
exames na mão, outras não. Parei e pensei:

Por que não informamos nada aos nossos pacientes antes deles chegarem à consulta? Por que deixamos que eles venham quase sempre esquecendo de trazerem aquele exame, a caixa do remédio ou coisa do gênero? Por que desperdiçamos tempo e energia, nossa e das pessoas, se nada disso está sobrando?

Até ser chamado para a consulta rascunhei mentalmente o que poderia ser então uma pequena e objetiva carta de apresentação aos pacientes. Pensei em enviá-las por email, não são todos os pacientes que têm uma conta mas pelo menos uma parte deles receberia. Aqui vão então os pontos de uma carta de apresentação, tal como eu a mentalizei:

1) Primeiro apresente-se e agradeça que a pessoa tenha marcado
consulta com você, dentre tantas outras possibilidades;

2) Depois fale um pouco quem você é (formação, atuação etc);

3) Liste bem objetivamente o que você gostaria que a pessoa não
deixasse de trazer à consulta (como receitas, laudos, exames, etc.);

4) Dê orientações sobre como ela poderia te ajudar com relação às informações que você precisa reunir para o diagnóstico e tratamento. Exemplo: Se ela deve vir acompanhada por mais alguém da família, se precisa registrar algo como num diário para depois te trazer, etc.;

5) Em seguida informe algumas coisas sobre o local de atendimento. Exemplos: com quem ela vai falar, para onde deve se dirigir, o que ela vai encontrar na clínica (café, lanche, wi-fi, jardins, etc.);

6) Informe também sobre as adjacências da clínica, se tem estacionamento, o que há nas imediações e que ela pode precisar (supermercado, farmácia. etc.). Isto é muito útil para pessoas que vêm de outras cidades e que não conhecem muito bem o que há no local. Acrescente ao e-mail um link para um mapa do Google, com a localização exata, para facilitar ainda mais as coisas;

7) Não deixe de colocar um e-mail de contato e, caso você seja um médico moderno e antenado, informe suas redes sociais, além de telefone, é claro. Muitas pessoas podem se sentir mais à vontade após conhecerem você por estes canais. Insira uma foto sua. Lembre-se que o paciente ainda não conhece você e, se puder vê-lo antes através de uma boa foto, isso ajuda na formação do vínculo.

8) Ao final, acrescente um “para saber mais” e insira, por exemplo, um link para algum portfólio seu (você ainda não tem? Bem, isso é tema para um outro post) ou currículo.

Lembre-se: Vivemos a era da informação. Não deixe seu paciente pensar que você está parado no tempo, dentro de alguma caverna, sentado em volta de uma fogueira com o seu tacape. Entre nessa era e informe bem o seu paciente.

Texto publicado pela primeira vez na Academia médica em 2014.

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