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Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 11

Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 11
Luan Gustavo
out. 28 - 5 min de leitura
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Seja bem-vindo à coluna Historynemia que conta as histórias de personagens importantes da medicina e suas contribuições para a sociedade. Fique à vontade para comentar, curtir e compartilhar com seus amigos. 

Vamos lá?

As críticas de Kilpatrick continuam...

Em relação aos materiais ele diz que são limitados e não oferecem grandes oportunidades de aprendizado para as crianças consideradas normais. Para ele, o material serviria bem para as crianças pobres da Itália, mas não seria adequado para as crianças ricas americanas. No entanto, as primeiras escolas montessorianas na América atendiam justamente crianças de altíssima classe social.

Enquanto o jornalista McClure incentivava a presença de Montessori nos EUA, ele também tinha os interesses dele, ele sempre queria produzir documentários, organizar palestras e vender ingressos ao público, ele sempre pedia pra ela ter residência fixa nos EUA, esse trabalho do William Kilpatrick foi um balde de água fria nos planos que Montessori tinha para os EUA, a partir de 1916 sua contribuição para a educação americana já havia diminuído bastante, e já nos anos 20 não havia nem sinal de todo aquele entusiasmo inicial. A educação montessoriana só voltaria a entrar em pauta novamente no país a partir do final da década de 1950, quando Nancy Rambusch abriu uma escola em 1958 e fundou a American Montessori Society (AMS) em 1960.

O Método Montessoriano é melhor que o método tradicional de ensino?

Uma pergunta importante a ser feita é a seguinte: o método montessoriano é melhor que o método tradicional de ensino? Pois é, em 2017 foi publicado na revista Nature Partner Journals, um braço da revista Nature, que é uma das revistas de divulgação científica mais respeitadas do mundo, um artigo em que eles analisaram artigos divulgados anteriormente que tentavam responder essa pergunta. O estudo de 2017 concluiu que não tem como saber se o método é melhor ou não, as razões são várias e nós vamos discuti-las agora.

Primeiro: o método Montessori varia na sua aplicabilidade de escola pra escola, como não existe direitos autorais sobre o nome, ou seja, se eu quiser abrir a minha escola montessoriana eu posso e se você quiser, você também pode abrir a sua, é natural que alguns elementos “originais” não sejam implementados e que outros não propostos por Montessori sejam adicionados ou adaptados.

Não existe um único lugar, uma única organização profissional em que os professores montessorianos sejam treinados ou acreditados para exercer a função. O que existe são essas duas instituições que eu citei a pouco, a AMI Association Montessori Internationale e a AMS elas parecem até rivalizar um pouco entre si, cada uma dizendo ser mais original que a outra. A AMI, é aquela que começou em Berlim no final dos anos vinte e depois passou a ser sediada em Amsterdã e lá continua até hoje, já a AMS foi aquela fundada nos EUA nos anos sessenta e é o marco do retorno das escolas montessorianas aos EUA.

Existem instituições desse tipo de forma independente em vários países, essas duas parecem ser as duas mais importantes, a holandesa é a mais antiga, a americana já teve inclusive Mário Montessori como responsável. Essas instituições acreditam escolas pelo mundo afora, e o professor que é treinado em uma delas, ao que tudo indica, tem um currículo mais valorizado. 

Em segundo lugar, o número de crianças que participam dos estudos geralmente são pequenos, envolvem somente uma escola montessoriana e às vezes uma única classe, o que torna problemático qualquer tentativa de generalização dos resultados.

 

Ouça esse episódio na íntegra clicando abaixo:

Terceiro, as escolas montessorianas normalmente são particulares, as crianças tendem a vir de famílias de um maior status socioeconômico, então essas crianças naturalmente poderiam ter um acesso a professores particulares, aulas de reforço fora da escola se necessário, às vezes os pais também já tem um certo nível de escolaridade, coisas que certamente se refletem na educação dos pequenos, e claro, crianças do modelo mais tradicional de ensino também podem contar com esse entorno.

Continua...

Está gostando do conteúdo? Acompanhe os próximos textos aqui na Academia Médica e conheça o final da história dessa heroína da medicina e da educação.

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